Salar de Uyuni: o deserto de sal da Bolívia
O Salar de Uyuni, na Bolívia, é o maior deserto de sal do mundo, cobrindo cerca de 10 mil KM². O local, também conhecido como Salar de Tunupa, é mundialmente famoso, e sonho de quase todos (as) viajantes aventureiros (as), ao lado de Machu Picchu e do Deserto do Atacama, lugares de destaque na América Latina.
Eu tive a oportunidade de conhecer o deserto de sal da Bolívia em meu primeiro mochilão pela América do Sul, em 2014, quando o Instinto Viajante não passava de uma ideia, e, apesar de estar exausto no último dia de passeio, foi fantástico!
Hoje compartilho com você um guia completo com as dicas de viagem a Uyuni, na Bolívia, e como se planejar para o tour no deserto de sal. Esse guia mostrará:
- como chegar
- preços
- melhor época para ir
- o que levar
- como é o passeio pelo deserto de sal
- em quantos dias fazer
- a conexão com o Deserto do Atacama
- melhores agências para contratar o tour Salar de Uyuni
- hospedagens e hostels em Uyuni
- outras dicas para montar seu roteiro de viagem
- meu relato
Minha viagem foi em abril de 2014, mas os valores e dados estão atualizados para 2016
Obrigado pela visita e boa leitura!
Dicas de viagem deserto de sal Salar de Uyuni
Eu sei que esse artigo está grande como vários outros do nosso blog, mas é que gosto de passar todas as informações e detalhes que eu uso para planejar minhas viagens.
Contudo, como sei que você pode não ter paciência ou interesse de ler tudo, deixo abaixo os subtítulos dos assuntos abordados, com links que você pode clicar e ir direto ao assunto desejado.
- Como é Uyuni e o deserto de sal
- Como chegar no deserto de sal Salar de Uyuni
- Melhor época para ir ao Salar de Uyuni
- O que levar para o Salar de Uyuni
- Quais são as opções de tours pelo Salar, o que estão inclusos e quantos dias fazer
- Conexão Salar de Uyuni – Deserto do Atacama
- Melhores agências para contratar o tour
- Hospedagens e hostels em Uyuni
- Outras dicas para visitar o deserto de sal
- Como foi meu tour pelo Salar de Uyuni e como é cada atração
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Como é a cidade de Uyuni e o deserto de sal
A cidade de Uyuni
Ao chegar em Uyuni não se assuste. A cidadezinha é feinha mesmo. Não lembro de ter visto outra cidade com tanta poeira. Parece aquelas cidades de filmes de faroeste. As ruas não são pavimentadas, quase todas possuem pedras, como paralelepípedos, só que mais bonitinhas, similares as usadas em calçadas.
A parte mais razoável é um centrinho onde estão alguns prédios públicos e um mercadão popular, onde vende-se de tudo, desde comida e roupas até eletrônicos. Lá aproveitei para comprar barato casaco, gorro e luva.
É uma cidade pequena, com apenas 10 mil pessoas e alguns comércios, bares, restaurantes, alojamentos e muitas agências de turismo. Pensando em sua localização, tão próxima do deserto, e condições econômicas do país, algumas dificuldades são compreensíveis.
Além disso, você estará lá pelo deserto de sal e pelas lagunas de colores, e vale a pena cada minuto.
O deserto de sal
O Salar de Uyuni é o principal ponto turístico da Bolívia e possui uma das paisagens mais incríveis do mundo, sem exageros. Tudo que o envolve é único, desde sua imensidão plana e branca, proporcionada pelo grande mar de sal, até seu amanhecer e entardecer frios e coloridos.
É um desses lugares capazes de prender nossa atenção e admiração por horas sem nos darmos conta.
Desses que dão certeza aos (as) espiritualizados (as) que algo maior que nós existe e planta a dúvida na cabeça de ateus e atéias.
Pelo deserto há pouca fauna, mas em novembro começam a aparecer as três espécies de flamingos que frequentam as lagunas da região. Também é fácil avistar ovelhas, zorros (raposas) e llamas (lhamas). Vi muitos desses animais e sempre ficava pensando como conseguem sobreviver ao calor e frio intensos com tão poucos recursos.
A nível de curiosidade, a profundidade do Salar de Uyuni chega a 120 metros e sua crosta de superfície possui cerca de 10 M de espessura. Ao todo, estima-se que sejam extraídos mais de 25.000 toneladas de sal por ano no deserto boliviano, quantidade pífia em relação ao seu todo.*
* Informações retiradas de Natura-medioambiental
Como chegar no deserto de sal Salar de Uyuni
O Salar de Uyuni fica nos departamentos de Potosí e Oruro, na região do altiplano, no sudoeste da Bolívia. O local é próximo da Cordilheira dos Andes, na América do Sul, a 3.656 M de altitude*.
Lembre-se que, devido a sua altura em relação ao nível do mar, é comum haver sintomas de soroche (mal de altitude). Saiba como prevenir-se.
* Essa é a altitude do Salar, vale lembrar que nos arredores chegam a alcançar 5.000 M.
Por onde ir?
O passeio pelo deserto de sal da Bolívia pode começar por três lugares:
- Por Uyuni, na Bolívia
- Por Tupiza, na Bolívia
- Por San Pedro do Atacama, no Chile
→ Salar de Uyuni desde Uyuni (opção mais barata e comum)
Conhecer o deserto de sal desde Uyuni, na Bolívia, é a maneira mais tradicional e barata. Isso, pois, é lá que estão baseadas a maioria das agências de turismo que realizam o tour - dezenas delas. Ou seja, mais fácil conseguir vagas e pleitear valores mais baixos.
Por outro lado, cerca de 80-90% dos (as) turistas optam por esse caminho, e há quem não goste da quantidade de viajantes que poderão lotar as atrações visitadas, além da grande concorrência, que, se por um lado barateia o serviço, por outro gera perda de qualidade.
Eu fui por Uyuni e não tive problemas.
Nosso guia era gente boa e para evitar atrações lotadas sempre sugeria que saíssemos bem cedo (e dava certo). Em relação a qualidade, meu tour não foi de luxo, mas foi longe de ser ruim. Aproveitamos bastante e daria um 7 para o serviço.
Lembre-se que, em lugares de interesse turísticos tão grandes, dificilmente você não terá companhias.
Então, esse artigo será baseado neste caminho: visitando o Salar desde Uyuni.
→ Salar de Uyuni desde Tupiza (caminho alternativo)
O caminho alternativo para chegar ao Salar de Uyuni pela Bolívia, é desde Tupiza, feito também por quem vai de Villazón e região.
A desvantagem é pagar um valor mais alto do que por Uyuni, pois há poucas agências de turismo que realizam o passeio e está um pouco mais distante (os tours passam a incluir um dia mais no percurso e o deserto de sal não é visitado no primeiro dia), mas há algumas vantagens.
Dentre elas: a cidade, apesar de simples, é mais bonitinha que Uyuni, e os jipes costumam ser mais novos e/ou conservados e irem com menos pessoas, no máximo 5, mas normalmente 4 + motorista e cozinheira (em Uyuni normalmente saem com 6 pessoas + o motorista).
Eu não fiz por Tupiza, mas pelo que li nesse blog de viagem, a qualidade do serviço parece ser melhor, pois há maior fiscalização.
Essa opção começa em Tupiza e termina em Uyuni.
Valor médio do tour de 3 dias: US$ 170-200 (equivalente a BOB $ 1.200-1.400 na época, 2014)
→ Salar de Uyuni desde San Pedro do Atacama (opção mais cara)
Se sua viagem inclui o Deserto do Atacama, no Chile, você pode contratar um dos passeios por lá que incluam o tour pelo Salar de Uyuni.
Contudo, essa é a forma mais cara de visitar o deserto de sal, pois há poucas agências que oferecem e as operadoras chilenas são mais caras. Esse tour também dura 4 dias e só vale a pena se for conveniente para você sair do Chile.
Caso queira conhecer os dois desertos, convém iniciar pela Bolívia e terminar no Chile. Explicamos como neste tópico, mais adiante.
Valor médio do tour de 3 dias: US$ 190-210 (equivalente a CLP $ 114.000-126.000 na época, 2014)
Distâncias das principais cidades em relação a Uyuni
→ La Paz > Uyuni (roteiro mais comum)
O mais comum entre viajantes é sair de La Paz para Uyuni. Se for seu caso, as opções são:
- Ônibus | 10-12 horas | BOB $ 70-100 (viação Panamericana)
- Avião | 45 minutos | US$ 130* | Chegada pelo Aeropuerto Joya Andina
- Ônibus para Oruro (4-5 horas) | BOB $ 20 (fazer) + trem (Expreso del Sur ou Wara Wara del Sur) Oruro-Uyuni (7 horas) | BOB $ 32-120 (Wara Wara é a mais barata) | Consulte os dias de saídas aqui
* Para fotografias aéreas do Salar, tenha em conta que, na ida para Uyuni, o melhor é sentar do lado direito do avião; na volta, do lado esquerdo.
→ Santa Cruz de la Sierra > Uyuni (roteiro da minha viagem)
Eu saí do Rio de Janeiro para Santa Cruz de la Sierra, com escala em São Paulo e desembarque no Aeroporto Internacional Viru Viru, na Bolívia.
De Santa Cruz de la Sierra fiz essa baldeação até Uyuni:
- Santa Cruz de la Sierra > Sucre (avião, companhia Amaszonas) | 30 minutos | US$ 60*
- Sucre > Potosí (táxis que saem do aeroporto e cobram por percurso, dividindo o valor entre os passageiros) | 3 horas | BOB $ 200 (fazer)**
- Potosí > Uyuni (Kombi, serviço de transporte alternativo) | 4 horas | BOB $ 300 (fazer)***
* O trajeto Santa Cruz-Sucre também pode ser feito em ônibus (BOB $ 50 pela Trans Oruro II), mas são 12h-15h de viagem e conhecemos pessoas que disseram que, pelas condições da estrada (de terra e com muitas curvas), vale a pena pegar o avião. O avião que voei era simples, pequeno, mas novo e foi tudo bem. Comprei a passagem online, mesmo o site sendo ruim, pois ouvi dizer que os voos enchem rápido.
** O ônibus custa BOB $ 23 pela viação Emperador.
*** O ônibus custa BOB $ 26 pela viação Emperador.
→ Outras cidades da Bolívia > Uyuni
- Potosí | 4 horas | Ônibus | BOB $ 25-40
- Oruro | 7 horas | Trem | BOB $ 32-120
- Sucre | 8-9 horas | Ônibus | BOB $ 83-123
- Cochabamba | 11-12 horas | Ônibus | BOB $ 60-155
Algumas dessas cidades não possuem saídas diárias.
Qual a melhor época para ir ao Salar de Uyuni?
O Salar pode ser visitado durante o ano inteiro e não existe "a melhor época" pra ir, depende de suas intenções. A paisagem e temperatura variam bastante ao longo dos meses e abaixo comentamos essas mudanças.
Quando o Salar de Uyuni está alagado?
O Salar de Uyuni alaga no verão (de dezembro a março), que é o período de chuvas na região.
Nesse período que surgem as fotos mais legais, quando a superfície alagada do deserto reflete o céu, e o horizonte some, criando uma ilusão de ótica que dá a impressão de que chão e céu são a mesma coisa. Esse efeito é considerado o maior espelho natural do mundo e são as fotos mais populares entre mochileiros (as) na internet.
Contudo, quando alagado, os jipes não adentram o salar, visitando apenas pelas bordas, e excluindo do passeio a Isla Incahuasi.
Dezembro é o mês com maiores possibilidades de avistar flamingos.
O risco
Há o risco de chover muito e alagar de mais o deserto. Neste caso, os passeios podem ser paralisados por tempo indeterminado.
Os meses que garantem a maior possibilidade de fotos perfeitas, sem que o deserto esteja alagado demais, são de março a meados de abril.
Dica: se quiser tentar, deixe dois ou três dias em aberto, como margem para uma mudança de planos, assim você terá a opção de esperar, caso chova muito.
E nas outras épocas do ano?
O inverno (junho a setembro) é a estação mais fria e seca, quando a maior vantagem é ver as montanhas e vulcões cobertas de neve. Em outubro também faz bastante frio e começa a esquentar de novembro em diante.
No inverno, o sal fica mais sólido e rachado, e o chão passa a ter formatos de polígonos. Lembre-se que o frio é maior.
Muitos blogs de viagens afirmam que a melhor época para ir a Uyuni é em abril e maio, período livre de chuvas, com maior incidência de dias bonitos, com céu aberto, e não tão frios.
Eu fui em abril e gostei muito. Realmente fazia um lindo dia para caminhar a céu aberto e tirar fotos, ótimas temperaturas, mas sem reflexos do céu no chão.
Clima e temperaturas
O clima é muito seco e de deserto, ou seja, faz calor ao longo do dia, e frio a noite (em qualquer época do ano). A diferença é que o frio durante o inverno é bem maior e o calor, no verão, idem.
- Temperatura média anual: 10°
- Temperatura média no verão: 14°
- Temperatura média no inverno: 3,9°
- Mês que menos chove: abril
- Mês que mais chove: janeiro
- Mês mais quente: dezembro (14-15°)
- Mês mais frio: junho (3,4°)
O local mais frio e ventoso do passeio é o pernoite da Laguna Colorada, no último dia do tour de três dias. Lá, senti incômodo caminhando com casaco leve, e era abril.
Fiz todo o passeio com roupas simples, casaco normal, touca e luvas. Contudo, no inverno é preciso abrigar-se bem.
No inverno, a temperatura na Laguna Colorada pode chegar a 20 graus negativos (!!!) e é preciso pernoitar com saco de dormir, mesmo estando em uma hospedagem.
O que levar para o Salar de Uyuni
Esse check-list de viagem (masculino e feminino) ajuda muito em toda sua viagem, incluindo itens para o deserto e para o frio.
Além dele, ao viajar para o Salar de Uyuni, não deixe de levar:
- Máquina fotográfica, baterias extras e carregadores
- Casaco
- Gorro
- Luvas
- Óculos escuros
- Protetor solar para o corpo, rosto e lábios
- Manteiga de cacau (muito útil)
- Pomada Bepantol ou similar
- Hidratante (se sua pele for muito oleosa)
- Lenços umedecidos
- Soro ou colírio são úteis, pois a região é realmente muito seca. Se não quiser levar, lembre-se de policiar-se para piscar muito e manter seus olhos hidratados
- Calçado confortável para caminhar (não necessariamente bota)
- Boné, Chapéu, lenço, ou similares (de preferência com proteção para a nuca)
- Trajes de banho e toalha para as águas termais
- Objetos para tirar as fotos clássicas com perspectiva pequeno-grande no Salar. Nós esquecemos, mas nosso guia tinha alguns. Você pode levar: latas, caixas, bolas, brinquedos, etc)
- Água (leve alguns litros e compre mais pelo caminho. Tome pelo menos 3 L por dia, pois além do calor e clima seco, a altitude exige muita água)
- Papel higiênico e itens de higiene pessoal (poucos banheiros ao longo da viagem possuem papel)
- Dinheiro boliviano em espécie (nem todos os lugares aceitam cartões e em alguns deles o dólar terá uma cotação muito ruim)
Se for inverno, adicionar:
- Segunda pele (blusa e calça)
- Casaco bom e que corte vento (colocar um casaco de moletom e um de material sintético por cima é uma boa opção)
- Cachecol
- Saco de dormir (as agências costumam alugar)
Além dos itens acima, leve sempre biscoitos, chocolates, frutas e lanches para não sentir fome durante os vários deslocamentos enormes que existem. Você terá sempre algo em mãos e economizará um trocado, já que no meio do deserto os preços são maiores.
→ Recomendações para quem visita em veículo próprio
Reabasteça seus combustíveis, lubrificantes e água (para você e o veículo) em Uyuni ou na cidade que estiver, antes de entrar no deserto, e leve sempre quantidades extras. Não esqueça de checar o ar condicionado e calefação.
Povoados que possuem combustível e auxílio mecânico:
- Alota
- Quetena Grande
- Quetena Chico
Não deixe de levar:
- Pneus de reposição
- Ferramentas gerais
- Cabos para recarga de bateria (chupeta)
- Picareta e pá (inverno)
- Anticongelantes (inverno)
Durante a viagem, tenha cuidado com pessoas que possam realizar bloqueios policiais falsos, pedindo para revistar seu veículo, bagagem, documentos e dinheiro. para qualquer problema, disque 118 - código policial boliviano.
Os únicos serviços de guias que são permitidos no Salar são os locais. Guias externos não podem atuar no deserto.
Como são divididos os tours pelo salar e quantos dias fazer?
Tipos de tours
Existem várias opções de passeios pelo Salar de Uyuni, chegando a 4 dias ou mais. Os mais populares são os tours de 1, 2 e 3 dias, sendo este último o mais escolhido.
Quando fui, pensava que os três dias passeávamos pelo deserto de sal, mas não é isso.
Em todas as opções, apenas o primeiro dia é dedicado a conhecer o deserto de sal, enquanto os outros dias são realizados passeios por outros lugares nos arredores, como montanhas, lagunas (lagoas), desertos, vulcões, e águas termais.
Quantidade de passageiros
Os tours são feitos em jipes 4x4, com, no mínimo, 4 turistas + motorista, mas para isso é preciso ter muita sorte ou pagar algo pela diferença dos bancos, negociando com as agências para ter mais conforto.
Normalmente, são 5 ou 6 turistas + motorista.
Quando fui, tivemos sorte, pois estávamos em um grupo de 5 amigos e a agência aceitou fazer o passeio entre nós sem cobrar nada mais por isso.
Dica: faça de tudo para tentar ir com no máximo 5 pessoas + motorista, pois mais que isso deixa o passeio bastante incômodo, principalmente para quem senta nos dois últimos bancos do carro.
Veja o mapa do tour pelo deserto de sal aqui.
Qual tour escolher? Vale a pena fazer o de 3 dias?
Sim, nós fizemos o tour de 3 dias e vale muito a pena!
No fim, vimos como é cansativo ficar três dias em áreas desérticas, mas valeu cada minuto.
Se você não quiser ou não tiver tempo, veja abaixo o que inclui cada um deles (lembrando que esses são os passeios comuns saindo de Uyuni).
Ps: o que é cada atração explico no fim do artigo, no item Como foi meu tour pelo Salar.
→ Tour de 1 dia (full day sem pernoite, 7-8h de passeio)
O tour de um dia sai pela manhã, em um 4x4, e visita:
- Cementerio de trenes (cemitério de trens)
- Colchani
- Salar de Uyuni (deserto de sal)
- Montículos de Sal (pequenos montes de sal oriundos da extração)
- Visita o Hotel de Sal Playa Branca (ou Museo de Sal)
- Isla Incahuasi
- Retorno a Uyuni
Preço médio: US$ 22-35 (equivalente a BOB $ 150-250 na época, 2014).
→ Tour de 2 dias e 1 noite
Dia 1 - Idem ao tour de 1 dia, com pernoite nas hospedagens simples de San Juan ou nas hospedagens de sal, dentre hostels e hotéis.
Dia 2
- San Juan
- Salar de Chiguana
- Mirador de Volcán Ollague
- Desierto de Siloli
- Laguna Cañapa, Laguna Hedionda, Laguna Chiarkota, e Laguna Honda
- Árbol de Piedra
- Laguna Colorada
- Retorno a Uyuni
Preço médio: US$ 60-80 (equivalente a BOB $ 420-560 na época, 2014).
→ Tour de 3 dias e 2 noites
Dia 1 e 2 - Idem ao tour de 2 dias, com segundo pernoite na Laguna Colorada.
Dia 3
- Geiser Sol de la Mañana
- Laguna Verde e Laguna Blanca
- Volcán Licancabur
- Termas de Polques
- Desierto Chalviri
- Desierto Salvador Dalí
- Valle de las Rocas
- Transfer a San Pedro de Atacama, Chile (com chegada mais ou menos as 14h) ou regresso a Uyuni, as 18h
Preço médio: US$ 100-145 (equivalente a BOB $ 700-1.000 na época, 2014). Eu paguei US$ 100.
Passeios de 4, 5 ou 6 dias incluem as atrações do tour de 3 dias + trekking ou escalada em algum vulcão, e custam por volta de US$ 150-200.
Dica: Também existem opções de passeios a pé, de bicicleta, e de moto, e outros com camping.
O que incluem esses passeios tradicionais?
Inclui:
- Tour com motorista-guia;
- 3 hospedagens;
- 2 cafés da manhã, 3 almoços, 2 jantas;
- Entrada no Salar.
Não inclui:
- Ingresso para a trilha da Isla Incahuasi (opcional). Valor: BOB $ 30;
- Ingresso da Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa (obrigatório), espécie de parque que entramos no fim do segundo dia, onde está a Laguna Colorada. Valor: BOB $ 150;
- Aluguel de saco de dormir: BOB $ 35-45 (opcional).
Atenção: leve pesos bolivianos (BOB $) para pagar esses valores e comprar comes e bebes durante o passeio.
Conexão Salar de Uyuni - Deserto do Atacama, no Chile
Como mencionei, para conhecer os dois desertos (Salar e Atacama) é mais barato saindo da Bolívia.
Para isso, basta informar na agência contratada para o tour do Salar, e pagar a taxa extra de US$ 7-10/pessoa (BOB $ 50-70) - somente ida o Atacama. Todas as agências dão essa possibilidade.
Todavia, se você quiser saber como ir do Deserto do Atacama para o Salar de Uyuni, vale a pena consultar esse artigo do Robson, do Um Viajante.
Melhores agências para contratar o tour Salar de Uyuni
Todo mundo pergunta quais são as melhores agências de viagem para ir ao Salar de Uyuni.
Bom, esse é um assunto delicado. São dezenas de operadoras e, pesquisando na internet, todas elas têm muitos elogios, mas também muitas reclamações. Nenhuma é unanimidade.
Ademais, as agências são muito parecidas entre elas e a concorrência acaba sendo maior no que toca o preço, do que a qualidade dos serviços.
Em muitos casos, pacotes são vendidos por preços bem diferentes e os serviços oferecidos são os mesmos. Ou seja, não pense que pagar caro é, necessariamente, garantia de um bom serviço.
É comum agências venderem passeios e encaixarem turistas nos pacotes de outras operadoras quando não completam seus jipes, mais uma prova do que acabei de dizer. Para evitar isso, você pode tentar reunir seu próprio grupo e negociarem juntos.
Quando fui, sabia que as agências mais baratas, mas que mantinham um serviço decente, cobravam US$ 100 (BOB $ 700). Então pesquisei seguindo essa lógica (e deu certo). Abaixo desse valor considere ter surpresas desagradáveis.
Sabendo da loteria que é, deixamos uma lista de algumas agências bem recomendadas para que você tenha uma base na hora de procurar e contratar.
Dicas importantes
Esclarecer antes de fechar o passeio - Há vários relatos de problemas de agências que vendem o passeio prometendo uma coisa e na hora de realiza-lo oferece coisas diferentes. para evitar esse problema, tira todas as suas dúvidas e pergunte tudo com detalhes, como os lugares que irá visitar, tempo médio das paradas, como serão as hospedagens (se cobram algo a mais, em relação a refeições, banheiro, toalhas, etc), se possuem duchas quentes, quantas e quais são as refeições, etc. Se você for vegetariano (a) e/ou tiver outras condições "especiais", informe.
Negocie - Na Bolívia sempre vale a pena negociar preços, portanto, se achar que o valor inicial não é o que você acha justo, negocie.
Banheiros privados - Já li inúmeros relatos de pessoas que compram pacotes com agências que prometem quartos com banheiro privado, não caia nessa. Até onde sei e por experiência própria, nenhuma das hospedagens padrões dos passeios possuem banheiros privados. As únicas que possuem são os hotéis de sal e hospedagens mais tops que são bem mais caras (diária de pelo menos US$ 150).
Antecipação de passagem - Se você precisar viajar de trem ou ônibus ao retornar do tour, pergunte (antes de sair para o passeio) a sua agência sobre os horários de trem/ônibus e peça para eles comprarem sua passagem. Isso é uma prática comum e eles não costumam cobrar por isso, basta deixar o número do seu documento. Isso pode ser bom, já que os transportes costumam encher.
Dica: os passeios nunca param, saindo todos os dias.
Contratar a distância ou ao chegar?
Sem dúvida alguma, é muito melhor contratar ao chegar, mesmo na temporada alta. Há passeios TODOS os dias.
Algumas agências que vendem pela internet chegam a cobrar 50-100% mais caro pelos mesmo serviços das que vendem apenas em lojas físicas. Fora os riscos de você ter de cancelar a reserva e perder dinheiro.
Como falei, são muitas agências e as chances de você não conseguir ir com nenhuma é quase nula.
Chegue cedo (as agências abrem 7:30h) para tentar correr atrás de fechar o passeio e fazê-lo no mesmo dia, ou faça o mais fácil: contratar em um dia e passear no dia seguinte. Os passeios costumam sair 10-10:30h (tente combinar a saída o mais cedo possível).
Onde procurar?
Na Av. Ferroviaria e na Av. Potosí, em Uyni, funcionam várias agências.
Eu fiz com a agência Expediciones Sajama Tours (calle Sucre com calle Cabrera), não tive problemas e gostei do passeio. O motorista-guia, Luis, era gente boa e pontual.
Abaixo deixo uma lista de outras agências que são bem recomendadas entre viajantes.
→ Lista das agências mais bem recomendadas para o Salar de Uyuni
- Expediciones Sajama Tours(calle Sucre com calle Cabrera - agência que fiz e indico. Guia: Luiz)
- Oasis Tours
- Red Planet Expedition
- Lipez Expeditions (parece que oferece o mesmo serviço da Red Planet, mas bem mais barato. Guia: Domingo)
- Salty Desert Aventours
- Andes Salt Expeditions
- Esmeralda Tours
- Expediciones Empexsa
- Betto Tours (bettotours@outlook.com)
- Quechua Connection
- Expeditions White Sea (guia: Jedi)
- Tonito Tours
- Uyuni Tours
- Imperio Inca Turismo
- Nomada Experience / Facebook (faz passeios de bicicleta)
- InUyuni Adventure (faz passeios a pé)
- Motorcycle Tours Bolivia (passeios de moto)
Fonte: experiência própria e de amigos, Mochileiros.com, Viajeros.com e TripAdvisor
Alojamentos, hospedagens e hostels em Uyuni
Eu e meus amigos buscamos um hostel andando pelas ruas de Uyuni. Acabamos ficando no Hostal Vieli (calle Sucre, 257). É um hostel razoável, simples, mas ficamos bem e pagamos barato. Tinha água quente, TV a cabo, boas camas e era limpo.
Em geral, as hospedagens em Uyuni são baratas, mas não espere muito dos serviços prestados. São lugares simples e aparentemente com pouca experiência em atendimentos.
Preços médios
Os hostels em Uyuni custam, em média, BOB $ 40-70. Hotéis custam BOB $ 150-400, e hotéis de sal, no Salar, custam US$ 100-150 - todos os valores por pessoa.
Tipos de hospedagens
Refugios - Quartos grandes para grupos de até 6 pessoas, com camas individuais e banheiro compartilhado.
Hostal (hostel, albergues) - Quartos duplos e triplos, normalmente com banheiro compartilhado.
Hotéis - Quartos individuais ou duplos, com banheiro privado.
Abaixo deixo uma lista com os melhores alojamentos em Uyuni (segundo avaliações de viajantes).
→ Lista das hospedagens mais bem recomendadas para o Salar de Uyuni
- Hostal Vieli (calle Sucre, 257 - hostel que fiquei)
- Piedra Blanca Backpackers Hostel
- Hostal Sajama
- Alojamiento La Roca
- Hostal Reina del Salar
- Hostal Castillo de Liliana
- Hostal Oro Blanco
- Hostal Inti
- Hotel Avenida
- Hotel Le Ciel d'Uyuni
- Hotel Julia
- Hotel Salcay
- Tonito Hotel
- Hotel Le Petite Porte
- Hotel Jumari
- Hotel Jardines de Uyuni
- Tambo Aymara
- Hotel Jardines de Mallku Cueva
- Hotel de Piedra Tayka
Algumas hospedagens de sal bem recomendados:
- Hostal de sal Samarikuna (hostel de sal que fiquei no segundo dia de tour, um lugar simples, mas bom)
- Cristal Samaña Salt Hotel
- Hotel de Sal Luna Salada
- Hotel Palacio de Sal
Por favor, se possível, use nosso link ou o buscador abaixo para reservar sua hospedagem. Você não paga nada mais por isso e ajuda nosso blog, que recebe uma pequena quantia do Booking.
Outras dicas de viagem para visitar o deserto de sal
Informação turística: você pode obter informações turísticas na Av. Potosí, 9.
Documentos exigidos para entrar na Bolívia - A Bolívia está na lista de países onde brasileiros podem viajar apenas com a identidade. Portanto, tanto faz você entrar apenas com seu RG (original, com até 10 anos de emissão e em bom estado) ou levar passaporte.
Febre amarela - A outra exigência é a vacina contra febre amarela, obrigatória para entrar na Bolívia. Nos pediram o Certificado Internacional de Vacinação quando chegamos pelo aeroporto de Santa Cruz de la Sierra. Nem sempre pedem comprovação, principalmente se sua viagem é por terra, mas, obviamente, é bom ser vacinado (a) e ter o certificado. Para evitar problemas, guarde-o com seu passaporte.
Mal de altitude - Como mencionei, é comum que o soroche (mal de altitude) te afete. Em nosso caso, tivemos um amigo que ficou mal durante todo tour. Saiba aqui como prevenir e diminuir os efeitos.
Tomada e eletricidade - Na Bolívia são encontradas tomadas do tipo A (principal) e tipo C, de 220 V e 50 Hz. No Salar de Uyuni a energia é solar, normalmente ligada apenas pela noite (das 18h as 22h).
Saia com seus equipamentos carregados e, se possível, com baterias extras. Todavia, há como recarregar em alguns lugares pelo caminho.
→ Veja também: todos os tipos de tomada, frequência e voltagem pelo mundo.
Bagagem - As bagagens e mochilas vão atadas em cima dos jipes e protegidas da poeira e chuvas com um plástico. Não há perigo e, portanto, é tranquilo levar sua bagagem com você. Leve também uma mochila de ataque para os itens usados no dia-a-dia, bem como seus itens de maior valor (câmera, celular, dinheiro, passaporte, etc).
Preços médios - Almoço em Uyuni: BOB $ 20-40; Pizza: BOB $ 30-40; banheiro no meio do Salar: BOB $ 5-10 (para usar) e BOB $ 10-15 (para banho quente); Compras no mercado para uma semana: BOB $ 100-150.
Água - Devido há alguns problemas de saúde relacionados a água em muitas cidades da Bolívia, preferimos não beber água da torneira. Nós sempre comprávamos garrafas de 1,5 L e levávamos conosco. Também existem as de 5 L, mas são piores pra carregar.
Leve dinheiro - Em Uyuni não existem caixas eletrônicos, portanto é melhor levar dinheiro. Caso contrário, você ficará refém das taxas e cotações ruins dos bancos. Para o Salar, leve dinheiro boliviano, de preferência trocado. Trocar dólares é melhor que trocar real e prefira levar notas grandes (US$ 50 e US$ 100), pois algumas casas de câmbio não aceitam notas pequenas ou pioram a cotação nestes casos.
Telefonia e internet - Uyuni possui apenas linha GSM, e é muito difícil ter sinal de 3G. Há locais com telefones fixos para chamadas internacionais que são baratos e muitos lugares com Wi-Fi. no deserto não há sinal de internet 3G, nem Wi-Fi (nem precisa né?). Somente no terceiro dia, quando já estávamos finalizando, encontramos um lugar com Wi-Fi que era cobrado e bem caro, onde, claro, não usamos.
Rally Dakar - Não tenho certeza, mas ouvi dizer que o Salar fecha para excursões durante o Rally Dakar e as hospedagens ficam bem mais caras e cheias. O evento normalmente é em janeiro, mas vale a pena consultar o site deles, antes de planejar sua viagem.
Banhos e banheiros - No Salar existem banheiros sim e também possibilidades de tomar banho. Nós não tivemos problemas com isso e tomamos banho quente todas as noites. Nosso pacote já incluia os banhos, mas quando há necessidade de pagar, costumam custar BOB $ 10-15. Nós fomos em abril e há relatos de canos congelados que impossibilitam o banho durante o inverno. Na dúvida, leve seus lenços umedecidos.
Os banheiros que usamos estavam em bom estado, mas não tinham papel higiênico e sabão, leve os seus.
Refeições - Os tours tradicionais possuem refeições simples, caseiras, mas que são boas. Não espere nenhum serviço gourmet, mas também não é nenhum sofrimento comer. Os almoços possuem boa quantidade e são acompanhados de água e Coca-cola (quente). A comida do primeiro dia normalmente é fria, pois é levada desde a cidade e servida no meio do deserto. As agências costumam oferecer opções para vegetarianos (as) - se for seu caso, informe antes de contratar. Nosso melhor almoço foi no último dia, em um restaurante de Villa Mar.
Hotéis de sal - Dormir em uma hospedagem de sal é algo curioso e raro, eu concordo. Mas, depois de termos dormido, minha opinião é que eu não pagaria nada a mais só por isso. E o problema é que os hotéis de sal costumam ser caros (US$ 100-150/dia) - não valem o preço. Quase todos ficam nas bordas do Salar, ou seja, não rola incluir no meio do passeio, sendo melhor ficar antes ou depois do tour. Nós ficamos no hostel de sal Samarikuna que fica no meio do deserto e da pra incluir no tour. No mais, a maioria das hospedagens de sal são distantes e no meio do nada.
Nascer e por do sol - Tanto o amanhecer, quanto o entardecer no Salar de Uyuni são sublimes. A imensidão branca dá lugar a paisagens multicoloridas inesquecíveis. Não deixe de curti-las! Ah, e é claro que isso também vale para as milhões de estrelas à noite.
Pagamentos - Sempre pergunte o preço em bolivianos e em dólar, e escolha a opção que mais lhe convém - normalmente o melhor é pagar em moeda local.
Como foi meu tour pelo Salar de Uyuni (relato)
Este tópico é um relato de como foi meu passeio e um pouco sobre cada lugar visitado. Lembrando que fiz o passeio de três dias e duas noites, saindo de Uyuni.
Nossa agência foi a Expediciones Sajama Tours e nosso motorista-guia foi o Luiz, carinhosamente apelidado por nós de Luizito.
Cementerio de trenes (cemitério de trens)
O Cementerio de trenes (ou Cementerio de los trenes olvidados) é a primeira atração visitada por qualquer tour escolhido que saia de Uyuni, não importa o número de dias.
Como o próprio nome sugere, é um espaço a céu aberto com vários trens abandonados, uma espécie de museu a céu aberto no meio do nada.
Os trens, agora velhos e destruídos, ligavam Uyuni a Antofagasta, no Chile, e eram usados para levar minerais (como estanho, prata e ouro) e outros produtos. Após a Guerra do Pacífico (1879-1883), entre os dois países, e a derrota e perda da saída para o mar por parte da Bolívia, os trens caíram em desuso e viraram sucatas.
A visita é mais interessante para quem gosta de coisas históricas, mas verdade é que não tem nada de mais. Contudo, como é só de passagem e a parada não dura mais do que 20 minutos, vale conhecer.
Por outro lado, é um lugar que dá pra tirar fotos legais e achei maneiro caminhar sobre os trens, imaginando como é a vida de viajantes clandestinos (as) que saltam de trens em movimento, ou de surfistas de trens ao redor do mundo.
Saindo de lá, nosso guia passou novamente por Uyuni e seguiu por uns 30 KM até Colchani.
Colchani
Colchani é um minúsculo povoado de vida difícil, onde seus poucos moradores vivem de processar o sal do deserto e vender artesanatos para turistas.
As casas possuem condições miseráveis que cortam a coração e sua população é uma das chamadas "pueblo fantasma", devido a sua localização no meio do nada e com pouco contato com a civilização. Fiquei pensando no desafio que é viver ali.
É a típica parada de compras, mas possui alguns itens interessantes feitos de sal para levar como souvenir, além, é claro, de chaveirinhos de lhamas, como em toda Bolívia. No local, também vemos um pouco de como é a produção artesanal de sal.
Saindo de Colchani vamos em direção ao local mais aguardado da viagem: o Salar de Uyuni!
O tão esperado deserto de sal
Voltamos para o 4x4 e rasgamos em direção ao mar de sal. É curioso a quantidade de jipes passando para cá e para lá, meio sem rumo. Como o lugar é todo branco e amplo, não há exatamente uma via certa para trafegar e devido aos diferentes dias que saem os tours, uns vão indo em quanto outros voltam.
É uma sensação de liberdade por estar em meio a algo tão imenso, e de dúvida, nos fazendo pensar "será que esse motorista sabe mesmo pra onde está indo?".
O sol estala e não há onde se esconder, mas alguns minutos parados e já sentimos a brisa fria que sopra no altiplano boliviano.
O lugar é mesmo magnífico e faltam palavras para defini-lo. Observamos o horizonte se perder de nossos olhos em sua imensidão plana e, o vazio do deserto, nos lembra o quanto somos pequenos comparados ao planeta e Universo em que vivemos.
Aproveite para brincar na paisagem, tirar fotos e fazer as clássicas posições que se utilizam de ilusão de ótica, como essa:
Luizito nos esperava com paciência, mas infelizmente, a maioria dos meus amigos estavam enchendo o saco para seguirmos e desfrutei menos do que gostaria do deserto de sal.
Estandarte Rally Dakar, bandeiras e Museu de Sal
Próximo de um estandarte do Rally Dakar (que tem sido justificadamente alvo de protestos por estar prejudicando paisagens naturais latino-americanas) e de um local com bandeiras de vários países, descansamos e almoçamos.
Nesse lugar, também está o antigo hotel de sal Playa Blanca (museo de sal), atualmente desativado e que funciona como um pequeno Museu de Sal (todo de sal). O lugar não tem nada de mais e é bem pequeno, não prendeu minha atenção.
Eles cobram uma quantia simbólica de entrada, bastando comprar qualquer item da loja ou ir ao banheiro (que é pago).
Aí, dezenas de jipes estacionam lado-a-lado para o almoço. Eles abrem suas malas e revelam uma bancada com panelas e utensílios. Não tem luxo, mas é interessante.
Primeiro almoço
Nossa comida foi simples, caseira mesmo, mas não era ruim. Dispensei a carne, pois sou vegetariano, e acho que dei sorte, pois justamente a carne era a parte esquisita da refeição (parece que é carne de lhama). Meus amigos capricharam no ketchup e agradeceram a Coca-cola em temperatura ambiente (leia-se, quente).
Caminhei, observando outros 4x4, e a maioria tinha a comida parecida com a nossa ou aparentemente pior. Outros poucos eram mais fartos, imaginei que esses eram os mais caros.
Resumindo, a comida não é o ponto forte desse tour, mas come-la não chega a ser nenhum sofrimento e sempre parecia feita com muito carinho pelas pessoas. No segundo e terceiro dia, não sei se acostumei, mas fato é que a comida estava bem melhor.
Isla Incahuasi
A Isla Incahuasi (ou ilha dos cactos) é um pequeno monte que se eleva no meio do Salar, cercado de paisagens brancas por todos os lados. Possui uma pequena trilha (cerca de 30-40 minutos) que ascende ao seu cume, onde há um mirante, e é povoada por cactos gigantes.
Possui uma pequena estrutura que conta com banheiros e um barzinho (com bebidas quentes). Lá tomamos uma cerveja Paceña e rimos de beber bebidas quentes bem no meio de um deserto.
É um lugar interessante para tirar fotos, vale a pena visitar.
O Salar possui 32 ilhas, sendo as mais famosas a Isla del Pescado e a Incahuasi, frequentemente havendo confusões entre elas (ouvi dizer que a Incahuasi é mais legal).
Valor: Sua visita é opcional e paga à parte do tour. Custa BOB $ 30.
Hostal de sal Samarikuna
Nós tínhamos lido o quanto era interessante um dos hotéis que funcionavam no meio do Salar e que era todo feito de sal e havia um grande desejo de nos hospedarmos lá.
O lugar é mesmo muito interessante. A estrutura é toda de sal, bem como as mesas, cadeiras e camas, que são como móveis embutidos, só que feitos de sal. Obviamente, lambi uma parede para ver se era mesmo de sal - e era! (risos).
Parece que antes era comum essa hospedagem ser incluída nos passeios comuns, mas que hoje em dia tem sido mais complicado conseguir vaga lá, depois da fama turística que alcançou. Sendo assim, o normal é o pernoite do primeiro dia ser em San Juan.
Contudo, todas as hospedagens de lá estavam cheias e Luizito foi obrigado a nos colocar no hostel de Sal. O lugar é normal, não tem nada de mais, e, apesar de ser legal, eu não pagaria mais por isso.
No lugar, tomamos banho, comemos, vimos o entardecer magnífico do Salar de Uyuni e dormimos cedo, pois não há nada para fazer no meio do nada. Ademais, éramos só nós lá e levantaríamos por volta de 4:30h para o segundo dia de passeio: visitar as lagunas de colores.
Salar de Chiguana e Mirador del Volcán Ollague
Lagunas de colores
Todos os tours incluem as Lagunas de colores, lagoas no meio do deserto que possuem colorações diferentes do comum devido a presença de diferentes substâncias químicas.
As 4 lagunas clássicas são: Laguna Cañapa, Laguna Hedionda, Laguna Chiarkota, e Laguna Honda (algumas agências visitam a Laguna Ramaditas).
Quando fomos, não tivemos tanta sorte com as lagoas, pois a época do ano e horário que visitamos não eram os mais apropriados. O que vimos foram lagunas com menos água que o normal e sem as cores vivas que costumam aparecer em fotos de divulgação ou no Google.
Na Laguna Hedionda funciona o hotel/bar Los Flamencos, onde tomamos uma cerveja Huari (quente, risos).
Em todas as lagunas há a possibilidade de avistar flamingos, principalmente na Cañapa e Hedionda.
Árbol de Piedra
Achei que o lugar da Árbol de Piedra não tem nada de mais. É uma formação rochosa no meio do nada, que lembra, vagamente, uma árvore. Não espere nada mais que isso.
Laguna Colorada
Após visitar a Árbol de Piedra seguimos para a LagunaColorada, onde passaríamos nossa segunda noite (e a mais fria delas).
A Laguna faz parte da Reserva Nacional Eduardo Avaroa, e para entrar é necessário passar por um posto de controle, onde são checados seus documentos e é paga uma taxa obrigatória de BOB $ 150 - leve seu passaporte ou identidade com documento de entrada na Bolívia e seu Certificado Nacional de Vacinação.
Quando fomos, a lagoa estava bonita, mas não completamente cheia e vermelha como vemos nas fotos que circulam pela internet. Os melhores horários para ver a cor vermelha viva da Laguna Colorada estão entre 11h e 14h, quando a temperatura e radiação solar são maiores.
No local há um amplo espaço para caminhar e observar as montanhas e a lagoa. A hospedagem é simples, com energia solar (eletricidade funcionando de 18h as 22h) e possui uma pequena mercearia onde rola comprar umas coisas básicas e bebidas alcoólicas.
Geiser Sol de la Mañana
Nós gostamos muito do Luizito por que ele era safo. No fim do segundo dia, ele comentou o quanto as águas termais ficavam cheias e sugeriu que saíssemos bem cedo (4:30h-5h) para o terceiro dia, isso ajudaria a evitar uma enxurrada de turistas durante as paradas e ainda faria com que chegássemos mais cedo na cidade de Uyuni.
Além disso, a paciência que ele tinha quando estávamos tirando foto ou quando pedíamos para ir devagar para fotografarmos, era inversa a sua velocidade quando íamos de um ponto a outro. Ele corria muito, mas (desculpe o paradoxo) era prudente.
Sendo assim, saímos cedo para visitar o Geiser Sol de la Mañana. Os geisers são nascentes de águas termais que entram em erupção periodicamente, lançando colunas de águas quentes e vapor para o ar, em uma pressão grande e alta temperatura - nosso guia disse que chegam a 40°.
O lugar é muito maneiro! Lá brincamos nos vapores e vimos o sol nascer em uma paisagem memorável a quase 6.000 M de altitude.
Águas termais (Termas de Polques)
De lá fomos para as águas termais. Chegamos cedo e eram convidativas pelo frio que fazia, mas não as achei nada de mais e preferi não entrar. São pequenos buracos com água vulcânica que chegam até 40° de temperatura.
Não achei legal por que, mesmo tendo poucas pessoas, o lugar não suporta a quantidade de visitantes, pois é muito pequeno. Além disso, havíamos esquecido de levar toalhas e não queríamos passar frio após sair dos buracos com água quente. Não há cobrança para entrar e parece que hoje em dia existe aluguel de toalhas.
Laguna Verde,Laguna Blanca e Volcán Licancabur
Já nos aproximando do percurso final do passeio, visitamos as lagunas verde e blanca. Ambas também estavam com pouca água e cores não tão vivas.
A Laguna Verde foi a que achei mais legal, pois as montanhas em volta e o reflexo na água favorecem boas fotos. Ao fundo desta, ergue-se o imponente vulcão Licancabur, na fronteira entre a Bolívia e o Chile.
Dali dirigimos por bons quilômetros até Villa Mar, onde almoçamos na Hospedaje Tierra Oculta, a melhor refeição do passeio: farta e saborosa!
Desierto Chalviri e Desierto Salvador Dalí (ou Montanhas Salvador Dali)
Nessa região, passamos pelos desertos Chalviri e Salvador Dalí, ambos muito bonitos pela areia do solo, montanhas, e serras - algumas com picos nevados (maiores no inverno).
As Montanhas Salvador Dali são umas das paisagens mais lindas do tour. Tratam-se de uma cadeia de montanhas que levam esse nome devido as cores que possuem, que lembram alguns quadros do pintor.
A própria serra parece um quadro, realmente, e é muito bonita. Sua variada paleta de cores parece de mentira.
Valle de las Rocas
Nossa última parada foi para ver as pedras do Valle de las Rocas...
Paramos algumas vezes no meio do nada para fotografias e depois de umas 3 horas, uma placa informando o rio Grande e em seguida outra de bienvenidosa Uyuni indicavam o fim do passeio.
Chegamos em Uyuni exaustos depois de rodar tantos quilômetros pelo seco deserto, mas valeu a pena cada minuto desse passeio imperdível!
Minha viagem foi em abril de 2014, mas os valores e dados estão atualizados para 2016
Arte foto cabeçalho: Nathaly Fogaça
Obrigado pela leitura e boa viagem!
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