5 coisas incríveis para fazer no Nepal
O Nepal é um país da Ásia limitado pelo Tibet e pela Índia. Provavelmente você já ouviu falar sobre o país que é lar do Monte Everest - montanha de maior altitude do mundo! O pico do Everest está 8.848 metros acima do nível do mar, e é essa atração a principal responsável por atrair tantas pessoas para conhecer o Nepal.
Mesmo sendo um país pequeno, a história do Nepal e a cultura do país são riquíssimas. Por lá você irá perceber que existe uma forte ligação das pessoas com a espiritualidade, sendo todas as cidades cercadas por templos e sempre muito movimentados. As duas maiores e, portanto, as principais religiões do Nepal, são o hinduísmo e o budismo.
Todos que me conhecem estão cansados de saber que eu tenho dois países favoritos no mundo, e o Nepal é um deles. Eu estive lá em 2016 e a minha experiência não podia ter sido melhor. Eu sai de lá realmente transformada.
Se você está planejando uma viagem para o Nepal, vem comigo que eu vou te mostrar os lugares mais incríveis do Nepal!
Confere aí!
Informações gerais sobre o Nepal
Atualmente não há comochegar no Nepal direto do Brasil. É necessário fazer uma escala na Europa para então seguir para Kathmandu, capital do Nepal. Chegando perto do Aeroporto de Tribhuvan, ao ver a cidade de Kathmandu do alto, você ficará um pouco assustado - pelo menos eu fiquei. A paisagem é composta de muitas montanhas e, bem lá no meio delas, existe uma pista para aterrissar.
Brasileiros precisam de visto para entrar no Nepal, porém isso poderá ser feito na chegada. O valor deve ser pago em dólares (eu paguei US$50 na época - 2016), e varia conforme o tempo que você for ficar no país. É exigido do viajante, também, uma foto 3x4 para a emissão do visto.
No geral, o Nepal é um país pobre, porém foi onde encontrei um dos povos mais alegres de todos os lugares que já passei - eu não tenho a MENOR dúvida disso.
Os locais, principalmente em regiões menores, fora da capital Kathmandu, são muito interessados em conversar e conhecer você de verdade, sem nenhuma segunda intenção. Mesmo que na maioria das vezes o inglês das pessoas no Nepal não seja dos melhores, elas querem saber o seu nome, de onde você vem, o que você está fazendo ali (não o que você faz da sua vida) etc. Na rua era comum encontrar crianças que passavam por você sorrindo e dizendo “Namastê”, cumprimento comum por lá, que significa “eu saúdo a você”.
O povo do Nepal é bem alegre, principalmente se você considerar que no ano de 2015 ocorreu um grande terremoto na região, de magnitude 7.8! Esse fato deixou centenas de mortos e milhares de feridos, além de marcas e severos danos em toda a já pouca estrutura das cidades. Estive lá um ano após o ocorrido, em 2016, e eram bem visíveis as consequências desse terremoto.
O custo de vida no Nepal é baixo - a parte da viagem para o Nepal que você mais gastará será na passagem para ir e voltar de lá. Mesmo que o transporte público no Nepal seja difícil de entender, táxi é bem em conta se você souber negociar.
Uma coisa a se observar quando se planeja uma viagem para o país é que o Nepal segue o regime das monções. Esse fenômeno atmosférico (muito vento com bastante humidade) torna propício a ocorrência de chuvas durante certos meses do ano. Tendo em vista isso, o período de chuva por lá é do mês de junho a setembro. Nessa época, chove muito, quase todos os dias, tornando as trilhas bem ruins e perigosas, bem como as demais atividades externas. A estação seca das monções é de outubro a maio,melhor época para visitar o Nepal.
Outro ponto que deve ser observado é que as estradas do Nepal são muito ruins. O asfalto quase sempre está em condição precária e há muitas estradas que beiram o abismo, sem qualquer proteção. Por isso, um trajeto que, em condições normais, levaria uma hora para ser feito, pode ter certeza de que levará, no mínimo, o dobro. Assim, não programe ou reserve nada com um horário muito apertado, melhor ter uma boa margem de erro.
Por fim, a maioria das pessoas que procura o Nepal tem como objetivo realizar trekkings. Alguns deles exigem da pessoa uma grande capacidade física, porém não todos. Saiba que você poderá realizar alguns trekkings no Nepal mesmo sem muito preparo físico.
O Nepal é um destino bem diferenciado e incríveel!! Então, para aproveitar o país com tranquilidade, eu indicaria um mínimo de 8 dias inteiro por lá.
Bora conferir 5 coisas que você precisa fazer no Nepal?!
5 coisas incríveis para fazer no Nepal
1. Kathmandu: a capital do Nepal
Se você for chegar no Nepal de avião, a sua porta de entrada será a cidade de Kathmandu, pelo Aeroporto Internacional de Tribhuvan. O ambiente por lá é um pouco caótico, principalmente no centro. Ruas lotadas de motos, carros e vendedores de rua. Eu diria que o som de buzinas misturado com o som de mantras caracteriza bem o clima efervescente da cidade.
Como você provavelmente irá chegar por essa cidade, é interessante ficar em Kathmandu por cerca de 2 dias. Nesse curto período de tempo você consegue visitar os principais pontos turísticos de Kathmandu, incluindo o bairro Thamel, a Durbar Square e o Templo dos Macacos (Swayambhunath).
Thamel
Esse é o bairro de Kathmandu mais turístico. A maioria das ofertas de hospedagem estão localizadas ali, ou seja, é onde os turistas geralmente escolhem ficar em Kathmandu, principalmente pelo quesito praticidade.
Nessa região há muitos restaurantes e lojas, inclusive lojas de artigos para trekking, caso você vá para o Nepal com essa intenção. Thamel é o famoso lugar onde você acha de tudo. Se você quiser fazer algo à noite, é também ali que você irá. Há alguns bares e karaokês, mas nada vai até muito tarde da noite.
Durbar Square
Outro ponto turístico em Kathmandu é a Durbar Square. Formada por um conjunto de templos e praças, a Durbar Square é o ponto central da cidade de Kathmandu, onde o antigo Palácio Real se encontra. A arquitetura do local é incrível, e os templos são formados por delicados detalhes nas suas estruturas. Porém, infelizmente, com o terremoto de 2015 as construções acabaram um pouco danificadas e outras até destruídas.
Swayambhunath
Para fechar uma experiência completa em Kathmandu, você pode conhecer o Swayambhunath, popularmente chamado de Templo dos Macacos. Localizado no topo de uma colina, o templo tem uma das melhores vistas da cidade de Kathmandu, além de muitos e muitos macacos. Cuidado com seus pertences pessoais (especialmente óculos, chapéu e garrafas), pois os macacos são ligeiros e podem tentar pegar de você.
Quando fui, escolhi me hospedar próximo a este Templo. Gosto bastante de conhecer a cidade que estou viajando a pé, para mim essa é a melhor forma de conhecer o clima local. Fui a pé ao bairro Thamel e à Durbar Square, levei cerca de uma hora e descobri vários locais da cidade com uma vista beem interessante. O trajeto de ida foi bem tranquilo, porque era apenas descida. Já o trajeto de volta para o hostel que fiquei em Kathmandu nem tanto. Um dia eu fui a pé, e no outro peguei um táxi, pois decidimos jantar por Thamel, e na hora de voltar já era noite. Mesmo que eu não tenha achado o Nepal um lugar perigoso, bem pelo contrário, achei bem seguro, não quis dar chance ao azar.
Um ponto que vale a pena lembrar é que o transporte público no Nepal é bem difícil de entender, portanto andar a pé é uma boa opção (mas sempre cuidando muito com o trânsito caótico de Kathmandu).
2. Conhecer a cidade onde o Buda nasceu
Localizada quase na divisa com a Índia, e 8 horas distante da gigante Kathmandu, está a cidade de Lumbini, no Nepal. Segundo a tradição budista, foi nessa cidade que nasceu o Siddhartha Gautama ou, como é mais conhecido, Buda.
Em razão disso, a cidade atrai muitos viajantes que desejam conhecer a cidade onde Buda nasceu e apreciar os diversos templos por lá espalhados. Estando por lá, você não pode deixar de conhecer o famoso Templo Maya Devi e o Myanmar Golden Monastery – ambos únicos!
A cidade de Lumbini é totalmente diferente da caótica Kathmandu. Muito mais calma e tranquila, lá não haverá muito o que fazer além de visitar templos e aprender sobre a religião budista.
Ainda, é difícil se perder por lá. Você pode facilmente realizar os tours entre os templos e outros pontos turísticos sem guia turístico.
3. Cidade de Pokhara
Praticamente todo mundo que visita o Nepal vai à cidade de Pokhara. Com certeza a cidade é a mais bela que visitei no país. Casa do Lago Phewa, ela também é bem mais tranquila que Kathmandu.
Pokhara é a cidade para esportes e aventuras no Nepal: trekking, rafting, mountain bike, entre outros, são os motivos que fazem a cidade ser tão procurada. É nessa cidade que se inicia o famoso circuito ABC (Annapurna Base Camp).
Pokhara é bem servida de hotéis e pousadas, sendo a maioria deles à beira do Lago Phewa. Também há bastante restaurantes e agências de viagens para você organizar as mais diversas atividades.
Por lá há muito o que fazer em termos de atividades externas. Mesmo que você não tenha um bom preparo físico, é possível realizar pequenas trilhas, com duração de algumas horas, para os principais pontos turísticos.
Tendo a oportunidade de conhecer, a cachoeira Davis Falls e o desfiladeiro do Rio Seti são de fácil acesso e incríveis, não podendo ficar de fora da sua lista. Apreciar o final do dia ao redor do Lago Phewa também é super bacana!
Há ônibus que fazem o trajeto Kathmandu para Pokhara, em vários horários. Escolhi ir para Pokhara durante o dia para apreciar a paisagem, mas na volta pegamos um ônibus noturno (a viagem é um pouco longa e queríamos economizar uma noite de hospedagem). Uma dica é comparar o preço da passagem do ônibus em agências de turismo com o preço que o hostel ou hotel que você escolher se hospedar cobra para organizar isso para você (caso eles ofereçam esse serviço).
4. Trekking para a Base Camp do Monte Everest
Escalar o Monte Everest exige um enorme preparo físico - isso é fato e ninguém é louco de duvidar. Mas, a boa notícia para quem não tem toda essa preparação, é que você pode fazer um trekking até aBase Camp do Monte Everest. A base está a aproximadamente 5.350 metros de altitude.
O trekking inicia no vilarejo de Lukla, e dura, em média, 14 dias. Não é obrigatório fazer esse trekking em grupo (não são grandes grupos, cerca de 5 pessoas por grupo) ou com algum guia particular. Porém, é importante ter em mente de que não se trata apenas de uma caminhada longa, mas sim de uma caminhada longa com influência direta da altitude e da mudança de clima.
O valor é um pouco salgado, cerca de 800 dólares por pessoa para fazer o trekking em grupo. A dica para economizar no trekking para a Base Camp do Monte Everest é contratar o trekking no próprio Nepal, com agências locais – sai mais em conta do que contratar do Brasil pelo que me comentaram (mais de uma pessoa). Já com guia particular, o valor gira em torno de 1.100 dólares por pessoa (há casos em que a comida não está inclusa, gerando, portanto, um custo além desse valor).
Mas, caso você queira se aventurar sozinho, saiba que é possível. A trilha, pelo que fiquei sabendo estando por lá, é bem delimitada e sinalizada, além de ter muitas pessoas fazendo o trajeto diariamente, o que ajuda caso você tenha dúvida se está no caminho certo. O valor estimado, incluindo gastos básicos que você terá, como hospedagem e comida, gira em torno de 600 dólares por pessoa.
Se essa for sua opção, o indicado é sempre terminar a caminhada do dia em torno das 16 horas da tarde. Dessa forma, você conseguirá encontrar um local para ficar com tranquilidade (geralmente, na parte da noite, tudo fica lotado).
Dica: baixe o aplicativo Maps.me - esse aplicativo fornece mapas off-line que poderão ajudar você a se localizar quando estiver na trilha.
Alerta 1: optando por realizar o trekking sozinho, fique ligado em providenciar o seu TIMS (permissão requerida para entrada nos parques). Se você não tiver, poderá ser multado.
Alerta 2: planejando seu próprio roteiro, cuide com a altitude que irá subir a cada dia. Pesquise e leia bastante sobre antes de ir para evitar passar mal em razão da altura!
Alerta 3: para todos que realizam o trekking, é possível contratar carregadores de bagagem. A caminhada é muito longa, e dependendo de quanto você leva de peso, isso poderá dificultar muito a subida. Então, se você não quiser gastar com carregador, leve apenas o essencial!
Alerta 4: independente da modalidade que você escolher para realizar o trekking para a Base do Everest, leve dinheiro em espécie, e não apenas cartão!
5. Vista do Himalaia – Aldeia de Nagarkot
Caso você esteja pensando em ir para o Nepal, mas trekking não é muito a sua praia, você pode visitar a aldeia de Nagarkot. Localizada a 32 km de Kathmandu, ela possui uma das melhores vistas do Himalaia.
A aldeia é super pequena, atmosfera de interior, e é super fácil chegar em Nagarkot saindo de Kathmandu. Se você tiver pouco, ou mesmo bastante tempo no Nepal, vale a pena incluir a pequena aldeia de Nagarkot no seu itinerário. Há ônibus local que sobe para Nagarkot diariamente, ou você também pode contratar um transfer. Minha escolha foi o ônibus local e o preço foi bem baixo. Mesmo sendo apenas 32 km de Kathmandu, a “viagem” durou cerca de uma hora e meia, pois a estrada é bem estreita, beirando, literalmente, o penhasco, e em precárias condições.
Provavelmente todos os lugares que você olhar para se hospedar em Nagarkot terá vista para o Himalaia (dica: confira isso na hora de reservar). Da sacada, janela ou terraço da sua pousada, será possível ver o belíssimo nascer do sol, pois o sol vai surgindo devagarinho, refletindo em toda a cadeia montanhosa. Experiência linda!
Pelo tamanho da aldeia, o número de restaurantes até surpreende - há opções bastante variadas. Sobre trilhas para realizar em Nagarkot, fato é que você pode explorar tudo sozinho. Nagarkot é uma região muito tranquila, e os moradores são bem receptivos de um modo geral.
Ai ai, só de escrever esse artigo me deu uma saudade sem limites do Nepal. Esse país localizado próximo a Índia é singular, o seu povo é super receptivo, e a energia nem se fala.
Então, se animou ainda mais para viajar ao Nepal?
Espero que essas dicas tenham ajudado você a planejar melhor sua viagem para o Nepal!
Relato: Joana Pescador - valorizando culturas, trocando experiências e colecionando histórias
Foto cabeçalho: Andrea - Flickr.
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